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sexta-feira, 21 de março de 2014

Clube de escritores decadentes - 2

      


       Escrever é algo complicado, mesmo. E eu que achava que essa vida era fácil, hoje me deparo com essa dura realidade. É complexo colocar num papel um amontoado de palavras que representam o seu pensamento, em um determinado momento. Não estou me prendendo apenas à literatura, mas me refiro também a outros gêneros. Quais os critérios usados para consagrar a sua obra como um texto de excelente qualidade, ou uma verdadeira tragédia que o mundo da literatura poderia assistir, ou um desastre resumido em palavras e ideias sem sentido. 

     Não sei se lembram de mim (por que insisto em ser lembrada?), mas escrevi algumas coisas (que respaldo eu terei nomeando meus livros de "coisas?") que fizeram um sucessinho. Teve épocas em que eu cheguei a vender uns... 30 livros em apenas um ano. Sério, eu consegui vender tudo isso, em apenas um ano. Como podem perceber, não sou tão famosa na mercado, talvez porque os meus livros são realmente ruins, ou porque a crítica... critica, digamos assim, critica meus livros de uma forma muito negativa, e isso acaba fazendo com os leitores comprem essa ideia de o conteúdo dos meus livros são ruins, ou porque... (não dispenso essa hipótese) os meus livros são ruins. Mas desde de que entrei para o clube "Clube de escritores", os meus textos têm ficado com uma qualidade bem melhor, em relação aos de alguns... três anos atrás. Por incrível que parece, eu tenho um certo respaldo no clube, porque eu sou a única que chegou a vender 30 livros, em apenas um ano. Acho que já mencionei isso, não? Então, alguns chegam a me pedir conselhos em relação a publicação... (deve ser por isso que não fazem o menor sucesso ).

     Na verdade, não sou escritora profissional, até porque se eu dependesse disso para sobreviver, moraria embaixo de uma ponte (isso, se não me expulsarem logo na primeira semana), estaria com uns 30 quilos nesse corpinho que mede 1,70m. Ou seja, morreria de fome, porque "eu não vendo". Por conta disso, andei investigando alguns livros que fazem sucesso no mercado. Cheguei a conclusão de que autoajuda está em alta. Diante disso, resolvi me entregar a esse gênero. Escrevi "O inimigo pode ser você", levei à editora, paguei alguns exemplares, não vendi ( talvez porque a editora não fez o menor esforço para vender, ou porque... sei que a realidade é dura, eles são ruins. Muito ruins. Fiz um livro recheado de frases clichês... e o pior não foi isso, foi o fato de eu não saber cativar o leitor, não consegui fazer com o leitor se visse em uma dada situação. Vale ressaltar que reconheci essa falha, graças ao comentário da minha mãe, porque ela sempre compra os meus livros. Se tenho algum lucro sobre as vendas... é graças a minha mãe. Vendi oito livros, um a minha mãe comprou, outro foi meu tio. Só eu comprei três para eu mesma vender pela metade do preço, mas acabei distribuindo aos funcionários do prédio onde moro, e os outros três exemplares, não sei quem comprou, mas tenho quase certeza de que foram os fãs, que eu havia mencionado (,http://metade-pela-meia-parte.blogspot.com.br/2014/03/clube-de-escritores-decadentes-tentei.html). Desisti da autoajuda. 

     Mas ainda assim, não tenho do que reclamar. A minha experiência com autoajuda foi  a menos humilhante. Investiguei outros gêneros. Me deparei com literatura erótica... me atrevi a escrever...


Ana Claudia Nascimento

sexta-feira, 14 de março de 2014

Clube de escritores decadentes - 1

 

       Tentei compor uma ode, ode ao meu desleixo perante a escrita, minha imaginação decante, vocabulário miserável. Muitos sabem a existência de textos publicados, mas poucos sabem do pandemônio que é escrever. Escrever é duro, complicado, exige muito de você; tudo é feito em pequenas partes. É a junção de uma retalhos para poder obter um tapete. Não um tapete qualquer, um tapete raro, elegante, fino e original. Aí onde reside a complicação. Como criar um tapete original no meio de tantos já existentes? Bem, essa foi apenas uma das minhas ridículas analogias sobre o que é escrever (já devem ter percebido que gosto de uma metalinguagem, não?).

        Pois bem, não sou do tipo de escritora que possui rituais de inspiração. Escrevo, na maioria das vezes, por pressão. Ou eu sento à mesa, pego meu notebook e tento escrever, ou fico condenada à minha decadente falta de imaginação. Até porque, se não escrever, não como. Difícil isso, não? Acabei de quebrar todo o encanto dessa profissão; escritora ou escritor. Acho que não lembram de mim, sou Clara Bianque. Ah, lembram? Sabia... Não, pera, não lembram? Sim, aquela obra que ficou famosíssima, aqui no Brasil, "O garoto da piscina". E aí, e agora, lembraram? Tá bom, vou reforçar a memória de vocês. Alguém deve lembrar do livro "Risos soluçados","Amoras azuis", Lantejoula para pára-brisas", "Asfalto de canudos". Não lembraram, percebi. Também tive um blog, um blog não que não conseguia atualizá-lo mensalmente. Se não conseguia atualizá-lo mensalmente, o que dirá escrever cinco livros. 

           Não conhecem os livros, porque eles não foram publicados, ou melhor, escritos. Todas as minhas obras só pertencem ao mundo imaginário. Não sou escritora, muito mesmo, preciso escrever para comer. Para falar a verdade, eu nunca escrevi algumas palavras que tenham surtido algum efeito importante. Nada.Já fui atriz, mas não por muito tempo, acho que uns três anos.Não me aceitavam em alguns papéis porque eu não conseguia chorar, sorrir com maestria ou sequer esboçar uma reação de surpresa. Péssima atriz!Também tentei ser pintora, tentei.Como os meus traços(dos desenhos) não se encaixavam em nenhuma das técnicas já existentes, pensei ser está inovando. Engano meu, o nome técnico disso é mesmo "você é ruim nisso, tente outra coisa para sua vida". E eu tentei, mesmo, voltei a ser escritora. E hoje me encontro aqui, na noite de autógrafos do lançamento do mais novo livro, "Cadarço desamarrado".

          Autografei três  livros. "Valeu Mike!", "Tudo bem, sou seu fã número um".

         Nunca ouvi um fã falar com tanta autoridade sobre sua posição na categoria dos fãs. Realmente ele era o primeiro, haviam dois atrás dele na fila de autógrafos.


Ana Claudia Nascimento